sábado, 16 de outubro de 2010

Ai a minha vida....!



Tio, mudei de casa. Fui para uma república mais próxima da faculdade. A república tem três andares: no primeiro, vivem 3 estudantes que ainda não conheço muito bem. No terceiro, vive a senhoria. No segundo, somos cinco! Eu e a Marta no maior quarto da casa. A Ana, noutro. A Patrícia, noutro. E a Rita, noutro. Depois temos a sala, a cozinha cuja segunda porta irá dar para o primeiro andar e o banheiro/casa-de-banho.
Até aí, tudo bem. O problema é que essa semana que passou foi meio negra...Eu disse «meio»? Hum...

1) Cheguei no domingo. Fui com o meu pai e a minha tralha dentro do carro: computador, malas, sacos, saquinhos, sacolinhas, cobertas, etc. Depois de nos termos perdido em Coimbra ( aliás, como sempre acontece com o meu pai, apesar de lá dar aulas), e depois de esperarmos 40 min. lá fora, pois não havia ninguém em nenhum andar e tivemos de esperar pela Patrícia, finalmente começamos a descarregar as coisas do carro.
Ok, quando eram umas 20hrs, o meu pai, depois de ter instalado o computador,  se despediu e eu finalmente pude (pensar em) descansar. Mal sabia eu que, após 20 min. a contar do momento em que ele se foi, ficamos sem net. A casa INTEIRA ficou sem net.

Quis morrer!

A senhoria estava em viagem e ainda não havia data de retorno. O papel que ela deixara afixado junto das «normas da casa», era sobre a internet sim, mas não havia nenhum número que pudéssemos contactar para o caso de imprevistos.
Desesperadas, começamos a desconectar tudo e a tornar a ligar, esperançosas de que a bendita fosse reestabelecida. Que nada! Foi assim na segunda, na terça...E eu com um mundo de coisas para fazer! Os avisos, exercícios, enunciados de trabalhos, TUDO, mas tudo MESMO, são colocados online.
De repente, por causa desta coisa chamada «internet», oito criaturinhas dos seus 18 aos 27 anos começaram a ver suas vidas andarem para trás...

- Às quartas, o meu pai dá aulas na Faculdade de Engenharia, em Coimbra. Passou lá em casa, levou cabos, arrastou mesas, rogou pragas à senhoria desaparecida. Nada resultava. E eu danada da vida...

- Ah, esqueci de dizer. Na terça-feira de manhã, estava um frio de morrer. Coloquei uma meia-calça, calça comprida, blusa de lã, casaco e um gorro para não ficar com dores de ouvido. À tarde, fez um calor absurdo (absurdo porque estamos em pleno Outono, e não é suposto o Outono ser pior do que o verão).
Tirei o casaco e o gorro, mas a maldita meia-calça eu não podia tirar. No fim da tarde, comecei a sentir uma coceira na perna esquerda. Mas uma daquelas coceiras que dá vontade de pegar uma lixa de lixar mesas de madeira, e esfregar na perna!
Quando cheguei em casa, tirei tudo e finalmente vi o que já suspeitava: estava toda empipocada...

- Voltando à quarta. A verdade é que o meu pai ficou até as 23hrs tentando reestabelecer a internet, mas não conseguia porque precisava da password e do nome de quem havia assinado o contrato. Ligávamos à senhoria, e ela não atendia. Resumindo: tive que dormir de quarta para quinta em Aveiro, pois na quinta tinha um trabalho para entregar que, por estarmos incomunicáveis com o universo, não tinha chegado a começar...

- No dia a seguir, vi que a minha mão direita estava começando a ficar como a perna esquerda. Não queria acreditar! Só faltava mais esta! Entreguei o trabalho por e-mail, e retornei à Coimbra. As meninas ainda não tinham internet.

- Na quinta, a maldita senhoria finalmente disse que no dia a seguir estaria de volta. Contamos o que havia acontecido e ela, sonoramente perturbada, disse que logo resolveria o assunto.
Nesse dia, saí. Ah, queria lá saber! Sem net, com a vida em atraso e cheia de alergia ao calor, passei a noite bebendo Martini, cerveja, vinho e absinto. Voltei para casa às 4 da manhã.

- Na sexta, como que por milagre, a net foi reestabelecida. Saltávamos de alegria! Às 14hrs fui embora para Aveiro: ressacada, com a vida ainda em atraso e morrendo de coceira.
À noite, encontrei a minha médica ( Viu, tio? MÉ-DI-CA!), e ela me disse que realmente tive uma reação alérgica e me passou dois remédios para tormar.


Mas esta semana também teve momentos cómicos, principalmente na cozinha:

Patrícia: - Ai Cô, eu não sei fazer arroz! Ou fica duro, ou fica uma sopa!
Eu: - Então é porque ainda não acertaste na medida de água.
P.; - O que é que fazes com a água do arroz?
Eu, visivelmente perturbada: 
- Como assim?
P. : Então, eu jogo a água fora! Comes o arroz com a água?

Ah, não conseguimos. A Marta e eu sentimos um daqueles ataques de riso impossíveis de segurar:
-  Patrícia... - disse - ... a água SECA!
- Seca? A sério? Eu sei lá! O meu arroz vai sempre pro lixo!

Na terça, fiz macarrão com a Marta. Era massa com cogumelos e molho bechamel. Após dividirmos a quantidade, eu disse:


- Não colocas queijo ralado na massa?
- Queijo ralado?!
- Sim, não colocas?
- Não, nunca experimentei!
Eu, espantada, indaguei:
- Então para quê é que serve o queijo ralado?
- ...
O queijo, para ela, parecia um ET. Eu é que tive que o colocar no seu prato, porque ela nem sequer sabia como se havia de comportar com aquilo. Olhou para o seu jantar, e disse:
- E agora, o que eu faço?
- Então, agora envolves o queijo na massa e comes, ué!
Ela demorou cinco minutos para dar a primeira garfada.


Na sexta, ainda com a Marta, ainda na cozinha:

Ela: - Cô, tenho a massa fervendo na água, quero pôr o creme, escorro a água ou ponho o creme assim mesmo?

Eu nem sequer precisei responder. Acho que o meu riso disse tudo, pois ela fez como devia ser.

Agora estou aqui, com a vida um pouco menos atrasada, contando o meu degredo para um tio extremamente negligente e insensível, e criando coragem para ler a montanha de textos de Estudos Lingúisticos, Estudos Literários e de Metodologia do Trabalho Científico. Tou indo, tá? Vim mesmo para dizer que ainda existo!

Beijo!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Na rodoviária, um comboio inesperado



Então... era lá pelos idos de 1990. Minha namorada, à época, e posteriormente esposa, tinha família em Tatuí (Tatuí é Tatu com injeção eletrônica? Uiiiii!), e eu fui com ela ao terminal rodoviário, para que ela embarcasse no busungo que iria levá-la até seu destino.
Um dia antes - mais precisamente na noite anterior - eu havia comido muito. Sabem aquelas misturebas que de quando em vez a gente faz, tipo um monte de carne, um monte de verdura, um monte de legumes, um monte de doces? É.
Acordei pela manhã com gases. Flatulento. Fart-ulento. E desde cedinho era um tráááá aqui, um pppuuuuffff ali, um bbbrrrrrr acolá, mas estava eu lá, forte e firme, sem manifestação alguma de que a barroca-maçaroca viria abaixo. Nenhuminha da silva.
Sendo assim, peguei o carro e fui levar a patroa. De janelas abertas, craro.
Aí chegamos ao terminal rodoviário. Em pé, conversando com ela, senti, de repente, que uma outra manifestação eólica ia sair-me pela porta dos fundos. Não segurei nada.
Não segurei naaadaaaa.
Nada.
Nada.
E por que não segurei?
Ora, porque confiei nas forças contidas da natureza.
Só que nessa de confiar, tadindemim... senti uma coisa escorrendo pelas pernas, mole e morna. Humilhante e umectante, lá vinha o pequeno regato marrom.
Coincidência ou não, minha calça, naquele dia, era marrom-escura.
Saí correndo lá de perto da plataforma para o banheiro. Chegando lá, rrrranquei as carça, as ceroulas e, sobre o vaso (não sentado, mas acocorado), comecei a liberar a moçada. Meeeeuuuu, 6 não sá o q é bão. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaafffffffffffffffffffffff!
Depois da apresentação toda da bateria da escola de samba, limpei o fiofó, vesti o cuecão, as carça e fui lavar as mãos. Saí do banheiro com a cara de quem defecou e foi feliz.
Quando cheguei à plataforma, o ônibus da mulher já estava pra sair. Ainda bem que não saiu poucos minutos antes, senão eu nem teria conseguido despedir-me.
Disse isso a ela.
E ela:
- Quando atrasa é ruim, mas quando adianta desconserta.
E caiu na risada.
E lá fui eu, embora pra casa. Tinha que me lavar, porque o trem havia passado antes da hora, ó!

domingo, 3 de outubro de 2010

Vontade de chorar

O Ibope - fiasco público - está anunciando que a Dilma pode ganhar no primeiro turno, com 51%.
Eu não me espantaria. A democracia no Brasil, para quem queira ver, está assim: um percentual gigantesco do país só não passa fome porque recebe o 'bolsa família'. Muitas dessas pessoas não têm água potável em casa, nem luz elétrica, e têm de ir buscar água em algum lugar, muitas vezes não tão perto lá de onde residem. E tome vela, que vela lembra velório, féretro, luto.
Essas pessoas vão buscar também o bolsa família. É o que lhes mantém o estômago cheio.
Governo comprometido com o 'social' não manteria isso. Daria a esse povo educação e subtrairia, aos poucos, o bolsa família. Só que se isso fosse feito o Brasil se fortaleceria, e o panorama sócio-político estaria completamente abalado. Os porcos não se manteriam no poder. Eu não seria obrigado a ver todos os que vejo desde o cenozóico da era quaternária mostrando as caras botocadas, muitos com dentes refeitos pela IMBRA, UNIODONTO e não sei mais o quê. Sorriem, como se não tivessem culpa da situação em que este país se encontra.
Ah, à merda. Votassem os cachorros, e nada mudaria.
Demos + Kratos. Tire a força do poder (Kratos), que não haverá Demos, mas só o demo. É o que há no Brasil de hoje.

O Jean tem a mania de dizer que morrerá logo. " Que a hora está se aproximando." Coisa de adolescente pré-sénior, sabe? Mas eu sei a razão desta pressa toda: ele não quer me dar o que prometeu. O meu sandwich de mortadela! Mas pode ir tirando o cavalinho da chuva, seu muquirana, porque você não vai morrer.

Vem prá cá!

Há relativamente pouco tempo que me apercebi que não são poucos os Petistas que falam com a língua presa. Pronto, vou mais direta ao assunto: Que falam como o Palocci. Achei interessante. Será um requisito? Para além de mentirosos, ladrões, ignorantes, terroristas, corruptos e analfabetos, têm de falar daquela maneira? E a anta da Rouseff? Aquela mulher é homem, nénão? É aquela besta/bosta que vai governar o Brasil nos próximos 4 anos? Ah tio, desculpa. Pensando bem, eu acho que não volto não. Vemprácávocê.

Eleições, Votos Nulos e a Burrice recorrente!

Fomos votar, hoje. Cinco da manhã aí. Fomos ao Porto, num hotel chamado Ipanema, onde, supostamente, estaríamos protegidos da chuva.  Su-pos-ta-men-te! Hoje o céu amanheceu desabando, e as pessoas desabavam com ele antes mesmo de chegarem ao outro lado da rua.
A fila era grande. Foi engraçado, já não via grandes grupos de tupiniquins há muito tempo.


Foi estranho, me senti um E.T.