segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Na rodoviária, um comboio inesperado



Então... era lá pelos idos de 1990. Minha namorada, à época, e posteriormente esposa, tinha família em Tatuí (Tatuí é Tatu com injeção eletrônica? Uiiiii!), e eu fui com ela ao terminal rodoviário, para que ela embarcasse no busungo que iria levá-la até seu destino.
Um dia antes - mais precisamente na noite anterior - eu havia comido muito. Sabem aquelas misturebas que de quando em vez a gente faz, tipo um monte de carne, um monte de verdura, um monte de legumes, um monte de doces? É.
Acordei pela manhã com gases. Flatulento. Fart-ulento. E desde cedinho era um tráááá aqui, um pppuuuuffff ali, um bbbrrrrrr acolá, mas estava eu lá, forte e firme, sem manifestação alguma de que a barroca-maçaroca viria abaixo. Nenhuminha da silva.
Sendo assim, peguei o carro e fui levar a patroa. De janelas abertas, craro.
Aí chegamos ao terminal rodoviário. Em pé, conversando com ela, senti, de repente, que uma outra manifestação eólica ia sair-me pela porta dos fundos. Não segurei nada.
Não segurei naaadaaaa.
Nada.
Nada.
E por que não segurei?
Ora, porque confiei nas forças contidas da natureza.
Só que nessa de confiar, tadindemim... senti uma coisa escorrendo pelas pernas, mole e morna. Humilhante e umectante, lá vinha o pequeno regato marrom.
Coincidência ou não, minha calça, naquele dia, era marrom-escura.
Saí correndo lá de perto da plataforma para o banheiro. Chegando lá, rrrranquei as carça, as ceroulas e, sobre o vaso (não sentado, mas acocorado), comecei a liberar a moçada. Meeeeuuuu, 6 não sá o q é bão. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaafffffffffffffffffffffff!
Depois da apresentação toda da bateria da escola de samba, limpei o fiofó, vesti o cuecão, as carça e fui lavar as mãos. Saí do banheiro com a cara de quem defecou e foi feliz.
Quando cheguei à plataforma, o ônibus da mulher já estava pra sair. Ainda bem que não saiu poucos minutos antes, senão eu nem teria conseguido despedir-me.
Disse isso a ela.
E ela:
- Quando atrasa é ruim, mas quando adianta desconserta.
E caiu na risada.
E lá fui eu, embora pra casa. Tinha que me lavar, porque o trem havia passado antes da hora, ó!

2 comentários:

Cosette disse...

Típico. Só podia ter acontecido com você. Não tem jeito. É a tua cara!! Eu já disse p/ vc escrever um livro.

"Seo" Renato disse...

Cagão!