quinta-feira, 24 de junho de 2010

O Perfume - Baudelaire. Sugestão de versão: J. Valjean - republicação inútil

Baudelaire

Lecteur, as-tu quelquefois respiré
Avec ivresse et lente gourmandise
Ce grain d'encens qui remplit une église,
Ou d'un sachet le musc invétéré ?

Charme profond, magique, dont nous grise
Dans le présent le passé restauré!
Ainsi l'amant sur un corps adoré
Du souvenir cueille la fleur exquise.

De ses cheveux élastiques et lourds,
Vivant sachet, encensoir de l'alcôve,
Une senteur montait, sauvage et fauve,

Et des habits, mousseline ou velours,
Tout imprégnés de sa jeunesse pure,
Se dégageait un parfum de fourrure.

Jean Valjean

Ó, meu leitor, já houveste respirado
com um misto de ebriez, gula e paixão,
o incenso, em um templo de uma religião,
ou um sachê, de almíscar impregnado?

O perfume nos lembra uma emoção
que nos resgata cousas do passado,
como lembrar o olor de um ser amado,
da flor selvagem do seu coração.

Ela cortou uns fios de seu cabelo,
e um pedaço de alfaia – de um modelo –
e me dizia: "que eu lhos dê mo apele!

Eu implorei; mos deu, partiu... não mais.
Deixou sachês de histórias imortais,
que inda têm o perfume de sua pele

6 comentários:

Cosette disse...

Uia, incrível eu dizer isso, mas sabe que eu acho que ficou bem mais bonito em português?

Jean Valjean disse...

Ah, não. Isso é você querendo se desculpar pelas nossas rusgas da sumana, falaverdá...
Abreijos!

Cosette disse...

Ué, mas eu já não me desculpei? Olha, que em vez de Bolachinha, passo a te chamar de Chambinho...sabe chambinho?..danoninho das crianças....pois é.

Jean Valjean disse...

Chambinho? Sei sim, mas... pô... Chambinho?

"Seo" Renato disse...

JV, às vezes eu gosto do que você escreve. Neste caso, por exemplo. Taí, gostei, e muito.

Anônimo disse...

Ah, eu gosto sempre! Nunca pensou em criar um blog só seu? Na minha opinião, seria melhor! beijos