quinta-feira, 22 de abril de 2010

Eu tenho uma sobrinha ingrata

Eu era um homem feliz,
amado pela sobrinha.
Mas agora ela é grandinha
e me esqueceu num país
onde o idoso é remelinha,
onde a jovem é rainha,
e a gente sofre, e não diz.

Eu costumava sorrir,
minha sobrinha também.
Hoje - que dó - sou refém
dum vulcão que vi ebulir
e agora está extinto,
como eu mesmo... e eu não minto.

Ela hoje é rica e famosa
eu sou pobre, abandonado.
Estou aqui, só, largado,
e ela lá, bem garbosa.
Tem status, é toda prosa,
e eu sou um velho encarquilhado.

Não faz mal, minha criança,
o importante é tu sorrires...
mas se um dia tu me vires
mendigando uma esperança,
estende a mão bonançosa,
porque o viço da rosa
pode fazer-me sorrir.
Quem sabe então a roseira
hoje triste e dodói-zeira
não volta então a florir?

2 comentários:

Cris Medeiros disse...

Gostei... rs

Bjks

Cosette disse...

Hahahahahahahahahahahahahaha!! Só rindo, viu?! Sou rica e famosa, tenho status e sou toda prosa? Uaaaauuuuuu! Desde quando?!

Ah, tio, só você...