A minha água desagua num precipício
E eu me espatifo: me quebro sem quebrar
Invado as rachaduras dos rochedos
E ensopo a aridez dos seus martírios.
Engulo as suas dunas num só trago
Sem deixar nenhum grão para trás.
Quando chove, eu me escondo entre as ruínas
D’um vulcão que se esqueceu de acordar.
Caminho embriagada em descaminhos
E no sol me suicido: deixando evaporar.
Enfim, renasço nos olhos que me seguem,
Que me procuram com a alma, pelo ar.
E de novo me espelho dentro deles
Para cair outra vez, de novo, sem parar.
4 comentários:
Um jogo de antíteses lastreadas em aliterações maravilhosas. Pura poesia: idéia, inteligência, arte, ritmo, vibração.
Amei, sobrinha, amei!
Ah, que nada! Contenha-se na rasgação de seda. Hahaha! Beijos :D
O comentário de seu tio está excelente. Concordo com ele em gênero, em número e em caso! Isso não é rasgar seda, mas apenas dizer a verdade.
Abraços de duas asas à sobrinha genial!
Cosette, li alguns poemas teus e gostei.
Tens fibra de poetisa.
Parabéns.
Postar um comentário