domingo, 28 de março de 2010

Amar - do tempo em que eu ainda acreditava no amor (Jean Valjean)

Amar é achar alguém, em meio ao mundo,
Em cujo olhar toda noss'alma esteja;
É imprescindível que esse ser nos veja
E, em nossos olhos, veja su'alma, ao fundo.

Esta impressão primeira, um só segundo,
Há que cessar; e o que depois sobeja
- além dos olhos – é o que n’alma esteja:
o amor, em seu sentido mais profundo.

O amor sincero – quem o nega? Eu minto? –
Está além da razão, vive de instinto,
E achá-lo é achar, em meio à lama, o ouro.

Aliás, se o tal do amor é duradouro,
Vão-se alma, olhos, razão, instinto e vida,
E ele inda voa, alegre, a toda brida!

3 comentários:

Cosette disse...

Como assim:" do tempo em que eu ainda acreditava no amor" ? Eu nem vou comentar.

Quanto ao soneto: de génio, né? E ai do Vautour que diga que não. Esse tal olhar aí da primeira estrofe, não sei não. Os olhares que encontrei pelo caminho eram todos, ou praticamente todos, feitos de lama.

Um beijo!

Furlan disse...

O Vautour está aqui e, pra ser sincero, não gostou tanto. Concordo que o amor tem época: quando não mais acreditamos nele, puufff, já era. De gênio? Ah, não é. Tá razoável. O Jean há de me entender.
Lama na cabeça!
Abraço a ambos!

Jean Valjean disse...

Vautour, obrigado pela sinceridade. Concordo com você em gênero, em número e em caso.