Sobe o sol? A noite desce?
Dia e noite são-me iguais:
Se tu chegas, amanhece,
Fica noite se tu vais.
Os meus olhos são de cego
Para o que de ti se aparte:
Só em te ver os emprego,
Mal me bastam para olhar-te.
Gorjeie o sabiá gemendo
Nas aroeiras em flor:
Mal o escuto e não o entendo,
Que só sei do meu amor.
Que há de entender no exagero
Das queixas dos infelizes
Quem ama como eu te quero
E escuta o que tu me dizes?
Sei que há roseiras viçosas
Porque, com os olhos em ti,
Vejo cobrir-se de rosas
Um lábio que me sorri.
Seja abril ou junho, quando
Eu estou à tua espera,
Logo que tu vens chegando
Principia a primavera.
6 comentários:
Oh tio, ficou tão lindo, tão amoroso!Tão tão! Adooorei!
Particularmente derretida com as duas últimas estrofes.
Amei!
Cosette, veja só: justo a que você achou linda, amou, aquela por que se derreteu, etc., não é dele, mas de Vicente de Carvalho! Hahahahahaha, o seu tio não está com essa bola toda, não.
Abraços aos dois!
Ah, Vautour, se não é você para me alertar: ela gostou muito mais de Vicente de Carvalho (e com razão) porque tem bom gosto! Sobrinha, sniiifffff!
Ela ter se confundido foi um bom sinal. É a prova de como são tão semelhantes. Até eu me confundiria.
Ih, olha a Slowaska puxando o saco da minha sobrinha! Sarah(mago), como diz o Vautour, ela simplesmente pisou no quiabo e se denunciou: é claro que o Vicente de Carvalho é muuuiiitooo melhor, e eu bem reconheço o meu lugar. Sobrinha, sniiiiffff!
Essa é daquelas situações em que quanto mais se explica pior fica, né? É.
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