terça-feira, 23 de março de 2010

O ridículo do sexo

Não fosse a emoção envolvida, o sexo seria apenas e nada mais que somente ridículo.
Começa pelas posições, todas absolutamente desconfortáveis: papai e mamãe, para quem fica por cima, é um exercício de tríceps incrível - e tome o de baixo as bagas de suor que escorrem do outro.
Carrinho de mão: coisa de atleta. Ficar segurando a dita cuja e ela com os braços no chão, segurando-se também, parece posição inventada em Spa, para os dois emagrecerem.
Frango assado: imagine a cena, imparcialmente. A infeliz fica parecendo o peru de natal, e ainda toma um peru no meio. Isso é canibalismo puro.
O Kama Sutra tem posições tão heterodoxas, que eu fico imaginando: não é possível, o tesão dos dois está em fazer força, e não em fazer sexo. Se é assim, vou erguer a traseira de um fusca para ver se atinjo o orgasmo.
Depois vêm as fricções intermináveis. Os dois vão para a frente e para trás, batem-se, chocam-se, suam, se esfolam e acham ótimo.
Os gemidos são dos mais ridículos. Vou montar um curso de Inglês só com as frases da hora agá: oh, yes, oh, yep, oh, ya, oh, oh, ooooh...
Aí vêm aquelas galinhas que gritam, ou melhor, cacarejam quando chegam lá: Cócócócóriiicóóóó!!!
Outras parecem cabras: bééééééééééééééé´!
O ridículo do 'não para, não para, não para, não para!'
A humilhação do 'você já acabou?'
A pergunta que jamais se deveria fazer, pois ça va sans dire: 'foi bom pra você também?'
Ah, vamerda, pô.
Aí vêm os sons guturais da fase oral: o sujeito está lá devorando a gruta do diabo e fica: slurp, aarrf, bluf, sniifff, e a doida esperneando, pra cá e pra lá, emitindo sons guturais animalescos.
E finalmente ela abocanha a linguiça do sujeito, joga para a garganta e, muitas vezes, sente engulhos: é o famoso sexo esofágico.
Ao fim daquilo tudo, ambos emitem um aaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhh, final, ele deita para o lado e dorme, ela fica imaginando como seria melhor se fosse o Gianechini ou o Lacerda, ou, pior, fica imaginando que aquele sapão é o príncipe de sua vida.
Faça a sua própria cena. Tire a alma, e terá sido uma espécie de octógono em que ambos saíram derrotados. Ou não?
Oh, ya, oh, yes, oh, yep, ug, ug, ug, uga-buga, uga-buga!
E tome tacape, pois este é um dos pontos em que, ao que tudo indica, não evoluímos desde o cenozóico da quaternária.

3 comentários:

Cris Medeiros disse...

ehehehe! Eu já tinha pensado isso, mas como sou doida nem falei pra ninguém porque pensei que só eu via isso... ahahah... Muito bom seu post!

Beijocas

Cosette disse...

Você anda impossível nestes últimos dias. Hahahahahahaha! Só eu sei o quanto tenho rido!
Eu concordo contigo em tudo o que disseste. E ainda acrescento o facto de eu achar o corpo humano horroroso. O homem com aquela coisa molenga pendurada, e a mulher com os seios que com o tempo vão parar aos joelhos. Só enchem o saco.

Mas sabe que Deus não nos teria dado o prazer, se ele não concordasse connosco. Ele sabe que somos ridículos, Ele nos considera nojentos, depravados, animalescos e horrorosos.
Logo quando apanhou Adão e Eva lá no truca-truca e que reparou na serpente de Adão,viu a belíssima cagada que tinha feito, mas aí já era tarde...

Enfim, infelizmente hoje somos assim, essas coisas horrorosas que você retratou tão bem aí. Felizmente existe prazer no ridículo.

Jean Valjean disse...

Dama e Cosette, legal vocês também acharem assim, pois mulheres sempre são mais sensíveis. Há coisas que, se fôssemos pensar, nem faríamos.